As transformações sociais, políticas e econômicas vivenciadas pela sociedade brasileira, quiçá pela sociedade mundial, atingiram uma velocidade tamanha devida à revolução tecnológica, que as Instituições de Ensino Superior devem se adequar a elas para enfrentarem essas mudanças.
Os espaços de produção e comunicação do conhecimento têm exigido que a formação profissional seja facilitadora de aprendizagem para o novo, para o exercício da criatividade, da autonomia, da comunicação, da iniciativa e da cooperação, em que o profissional seja capaz também de buscar novas informações e de saber trabalhar com elas, isto é, que tenha criticidade, que seja capaz de produzir conhecimento, de forma a promover o desenvolvimento humano, social, político e econômico do país.
Deste modo, o perfil do profissional do direito necessita de um ensino que fundamente e direcione para o desenvolvimento das capacidades de liderança, confiabilidade, comunicação, ousadia e empreendedorismo, criatividade, trabalho em equipe, conhecimentos técnicos, do aprender a aprender como um profissional cidadão ético. Afinal, o acadêmico não pode esperar que o professor transmita um conhecimento pronto pois o aprendizado é construído, e assim precisa buscar sempre uma mediação com o professor e seu objeto de estudo.
O profissional do direito necessita tomar consciência de que ele não pode deter apenas o conhecimento específico da área jurídica, é preciso possuir outros dons culturais, que sejam pertinentes à vida social deste século.
O profissional a ser formado é fruto da preocupação com sua competência como homem político – social, que ao se construir, constrói sua cultura sem perder de vista os princípios da Filosofia Perene. Dessa forma, o perfil profissional que a Faculdade Católica de Anápolis pretende formar é um profissional dotado de autonomia, espírito crítico e criatividade, aberto ao diálogo, capaz de inserir-se no mundo do trabalho e na sociedade em que participa. A Resolução n. 09/04 dispõe que o curso deve possibilitar o desenvolvimento das seguintes habilidades:
– Capacidade de compreender o direito como fenômeno em construção que influencia e sofre influências do contexto sócio – político e econômico;
– Capacidade de interpretação e de aplicação do Direito de forma adequada e significativa ao contexto social da atuação profissional;
– Capacidade de inteligibilidade dos fenômenos jurídicos, como fenômenos sociais complexos, levando em consideração as variáveis históricas e sociais de uma sociedade complexa e interdependente;
– Capacidade de pesquisa sobre as normas jurídicas, a dogmática e
jurisprudência;
– Capacidade de produção jurídica crítica e socialmente compromissadas, com domínio teórico e metodológico;
– Capacidade de atuação profissional, apresentando sólido domínio teórico e prático, embasados em apurado senso crítico;
– Capacidade para enfrentar profissionalmente questões jurídicas novas, por meio de práticas criativas e construtivas do Direito existente e a surgir;
– Capacidade para transmissão e reprodução do saber jurídico;
– Desenvolvimento da ética pessoal e profissional, compromissada com valores que respeitem a pluralidade e dignidade da pessoa humana e os princípios do Estado Democrático de Direito.
Para que esse profissional possa ser formado é mister que o professor esteja imbuído de autoridade moral, ética; que exerça sua profissão com vocação e autonomia. Seja comprometido com seu mister, com a realidade que afeta a sociedade. Que esteja atento às transformações sociais e aos valores emergentes.
Mas também deve estar atento às mudanças no perfil do aluno universitário de tal maneira que exerça uma relação dialógica, por meio da desmistificação do saber, facilitando o questionamento do conhecimento de forma a encontrar as respostas a partir da própria vivência, das próprias experiências e interesses de seus alunos.
Assim, a relação professor-aluno deve ser entendida não como relação de dependência, mas aquela em que o professor assume com autoridade didático– pedagógica a direção do processo formativo do aluno e, neste sentido, coloca – se como mediador entre o aluno e o conhecimento.